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Entre ruas e memórias na Região Centro-oeste: Mulheres que fizeram história

REGIÃO CENTRO-OESTE


por Emmanuelle Serdeira e Rafaela Tempesta


A região Centro-Oeste de Juiz de Fora costuma ser confundida com a região Norte, principalmente devido à presença de bairros como Industrial, Barbosa Lage e Jóquei Clube, que, segundo o site da Prefeitura de Juiz de Fora, pertencem, na verdade, à zona Centro-Oeste da cidade. A confusão ainda pode ocorrer por causa da localização do Shopping Jardim Norte, o segundo maior da cidade, que também está situado na região. Outro ponto importante a ser destacado é que a rodoviária de Juiz de Fora também fica na área.


Nos diversos bairros e dentre as diferentes ruas da região, 65 mulheres têm seus nomes eternizados. 60 caracterizam ruas, 4 alamedas e uma travessa. Nessa reportagem vamos apresentar seis dessas mulheres: Anita Garibaldi, Celma Moreira Silveira, Eunice Weaver, Helena Bittencourt, Hyrtes Felga e Verônica Lucy Coutinho Lage. Quem foram elas? 


Professora Verônica Lucy Coutinho Lage e o amor pela literatura inglesa e o ensino


Verônica Lucy Coutinho Lage nasceu em Juiz de Fora no dia 3 de fevereiro de 1957, apesar disso, em seu registro consta o dia 5 e segundo seu filho, Victor Coutinho Lage, ela pedia parabéns nos dois dias. Ela herdou do pai, Milton Coutinho (que também tem uma rua em sua homenagem), o amor pela língua inglesa e pelo ensino. A trajetória acadêmica de Verônica foi marcada pela dedicação e paixão pela língua estrangeira. 


Entre 1986 e 1990, cursou Licenciatura em Letras na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ao mesmo tempo em que realizava o Bacharelado em Tradução Inglês e seguiu para o Mestrado em Letras na mesma instituição. Sua carreira na docência teve início em 1996, quando se tornou professora efetiva da UFJF. Posteriormente, em 2006, obteve o título de Doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF). 


Ao longo de sua carreira, Verônica também coordenou o Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários entre 2007 e 2010. Entre 2012 e 2014, coordenou a implantação do Programa Inglês sem Fronteiras na UFJF e ainda trabalhou elaborando questões de língua inglesa para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em parceria com Nícea Nogueira.

Por conta da docência no departamento de Letras da UFJF, Verônica e Nícea Helena de Almeida Nogueira estreitaram uma amizade interessante. Em 2012, as duas viajaram para um congresso em Portugal e quase ao fim da viagem, Verônica convidou Nícea para ir até a Espanha, mas com o receio de uma longa viagem em um único dia, ela recusou. Verônica então seguiu para Madri e ao voltar, presenteou a amiga com um leque, que até hoje está guardado com muito carinho junto de boas memórias.


Ambas foram apresentar suas pesquisas na Universidade de Évora e falaram sobre o mesmo poeta: T. S. Eliot. Foto: Nícea Nogueira.
Ambas foram apresentar suas pesquisas na Universidade de Évora e falaram sobre o mesmo poeta: T. S. Eliot. Foto: Nícea Nogueira.

Nícea sempre sentiu que faltava alguma homenagem à Verônica e toda sua contribuição para a faculdade de Letras da UFJF, então, ao assumir a editoria geral da Ipotesi -  Revista de Estudos Literários em 2020, ela organizou uma homenagem à professora. 


Quatro diferentes textos, de diferentes autorias, contam um pouco sobre Verônica Lucy Coutinho Lage e o seu amor pelo ensino: A Dama do Leque entre Chaucer e Shakespeare de Nícea Helena de Almeida Nogueira; Herdar, Agir, Sobreviver… Pela Outra (Por Ela) de Victor Coutinho Lage; “Vamos Aprender Juntos”: Homenagem à Verônica (In Memoriam) de Marcelo Manhães de Oliveira e Viajar é Verbo de Moema Rodrigues Brandão Mendes e Rodrigo Fialho Silva.






Nas palavras de Nícea Nogueira, Verônica caminhava entre a rigorosidade e o companheirismo. Ela afirma que muitos alunos  gostavam, já outros tinham seu receio. Mas além disso, Nícea a descreve como uma pessoa muito honesta e séria, com um amor imensurável pela literatura, pela língua inglesa e pela educação. Verônica era uma professora que fazia questão de um curso de inglês noturno na UFJF, para que abrangesse aqueles alunos que trabalhavam no período diurno. Atualmente, o curso à noite foi descontinuado. 


Carinhosa, questionadora e intensa foram três palavras que o filho de Verônica utilizou para descrever a mãe. Para ele, ela estava entre a firmeza e o carinho, entre a rigidez e a dúvida. Sempre foi incentivada pelos seus pais a ser independente, nunca foi imposto à Verônica o papel de ser dona de casa, ela foi criada para ter a capacidade de fazer suas próprias escolhas e realizar seus desejos. 


Ainda assim, Victor sente que viver em um mundo patriarcal impôs barreiras sutis às vivências da mãe, ele acha que isso a impediu de viver algumas coisas que a tocavam, mesmo que nem sempre possíveis de realizar. Mas, dentro do que era possível, construiu um espaço onde o ensino e o aprendizado se entrelaçavam com a própria vida.


Esse legado familiar, envolto pelo estudo e o ensino, fez com que o filho de Verônica enxergasse a carreira acadêmica como uma opção de destino: “é como se meu avô e minha mãe tivessem ampliado as possibilidades de caminho na vida”.


Victor seguiu os passos e se tornou parte do corpo docente do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC) na Universidade Federal da Bahia (UFBA), “seguir carreira acadêmica, ao contrário de algo menor ou apenas uma transição ou trampolim para o mercado de trabalho mais comum, passou a ser um desejo possível e mesmo uma rota desejada”.


Verônica em Belém, julho de 2015. Foto: Rodrigo Fialho Silva.
Verônica em Belém, julho de 2015. Foto: Rodrigo Fialho Silva.

Verônica Lucy Coutinho Lage faleceu em 30 de junho de 2017, deixando um legado marcante na área da educação e da pesquisa literária inglesa na UFJF. Sua trajetória, pautada pela paixão pelo ensino e pela literatura continua a ecoar naqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la. Sua influência se estende na memória da família, amigos e alunos. Como ressaltado por seu filho, Victor Coutinho Lage, e pela amiga, Nícea Nogueira, o amor dela pela educação continua servindo de exemplo para eles e para muitos outros. 


Em homenagem à contribuição da professora para a cidade, o Projeto de Lei 20/2020, de autoria do ex-Vereador Wanderson Castelar, resultou na Lei de n° 14.022 de 20 de março de 2020 e passou a

denominar “Professora Verônica Lucy Coutinho Lage” uma rua no bairro Barbosa Lage, em Juiz de Fora.


Professora Hyrtes Felga e a luta pela educação


Nascida em Ubá, no dia 6 de fevereiro de 1928, Hyrtes Felga dedicou a vida ao ensino e à formação de jovens. Seu caminho acadêmico começou na Escola Normal Sacré-Coeur de Marie, onde se formou normalista em 1946, abrindo as portas para sua trajetória como educadora.


Foto: Professora Hyrtes Felga (Reprodução TV Alterosa).
Foto: Professora Hyrtes Felga (Reprodução TV Alterosa).


Em 1957, foi contemplada com uma bolsa de estudos no Instituto Superior de Educação Rural (ISER), localizado na Fazenda do Rosário, em Ibirité. No ano seguinte, transferiu-se para Juiz de Fora, onde assumiu a direção da Escola Estadual Professor José Ferreira, no bairro Francisco Bernardino. 


Sua atuação foi decisiva para o desenvolvimento da instituição, que na época funcionava em uma casa adaptada na Rua Olavo Bilac. Seu empenho resultou, anos depois, na construção da sede própria da escola, renomeada como Grupo Escolar Professor José Freire, no bairro Industrial.







Com uma visão inovadora e comprometida com a educação de qualidade, Hyrtes lutou para que a escola ampliasse sua oferta educacional, garantindo aos alunos a possibilidade de cursar do 1º ao 8º ano, bem como o ensino de 2º grau. Graças à sua determinação, muitos estudantes puderam completar seus estudos sem precisar se deslocar para outros bairros ou regiões da cidade.


Além de sua atuação como diretora, a professora Hyrtes lecionou no Colégio Cristo Redentor, na Academia de Comércio e no Curso de Magistério do Instituto Granbery. Sua dedicação à educação foi reconhecida em 1975, quando recebeu o título de Cidadã Honorária de Juiz de Fora, conferido pela prefeitura da cidade.


Mas sua vida não se limitou às salas de aula e à administração escolar, ela participou ativamente da vida religiosa na Igreja de Nossa Senhora do Líbano, no bairro Grajaú. Durante anos, integrou a Equipe de Liturgia, as Pastorais e a Catequese, além de atuar no Conselho Administrativo e Econômico da paróquia.


Com aproximadamente 50 anos de dedicação ao magistério, Hyrtes deixou um legado de amor à educação e à formação de cidadãos. Seu trabalho influenciou gerações, e muitos de seus ex-alunos se tornaram profissionais de destaque em Juiz de Fora, como o ex-prefeito Antônio Almas, que foi aluno do Grupo Escolar Professor José Freire na época que Hyrtes era diretora.


Hyrtes Felga faleceu em junho de 2012, deixando um exemplo de dedicação e comprometimento com a educação. Como reconhecimento por sua trajetória, em 2017, uma rua no bairro Barbosa Lage recebeu seu nome, eternizando sua memória na história da cidade.


Foto: Rua Professora Hyrtes Felga no bairro Barbosa Lage (Reprodução: Google Maps).
Foto: Rua Professora Hyrtes Felga no bairro Barbosa Lage (Reprodução: Google Maps).

Celma Moreira Silveira e a dedicação ao próximo


Nascida no dia 28 de maio de 1925, na cidade de Piau (MG), Celma Moreira Silveira mudou-se ainda criança, aos 5 anos de idade, para Juiz de Fora. Na cidade, ela construiu uma trajetória de dedicação ao trabalho e ao próximo. Com 18 anos, ingressou no quadro permanente de funcionários da Fábrica de Espoletas e Estojos de Artilharia, conhecida como Fábrica de Juiz de Fora, exercendo a função de condutora de operações durante os períodos da Primeira e Segunda Guerras Mundiais.



Atualmente a fábrica leva o nome de Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) e está localizada na Rua Ministro Espírito Santo, 51, no bairro Benfica. Foto: Google Maps.
Atualmente a fábrica leva o nome de Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) e está localizada na Rua Ministro Espírito Santo, 51, no bairro Benfica. Foto: Google Maps.

Após trabalhar na fábrica, Celma se tornou recreadora. Entre os anos de 1976 e 1979 ela atuou no Sanatório Vieira Marques e, posteriormente, na Casa de Saúde Esperança, onde se aposentou.



A Casa de Saúde Esperança, que atendia pacientes psiquiátricos desde 1939, fechou em 10 de fevereiro de 2015. Foto: Biblioteca IBGE.
A Casa de Saúde Esperança, que atendia pacientes psiquiátricos desde 1939, fechou em 10 de fevereiro de 2015. Foto: Biblioteca IBGE.

Celma Moreira Silveira também se dedicou a ações sociais que impactaram a vida de muitas pessoas. Durante o período do Governo Militar, quando houve a concessão de aposentadorias por funeral e vitalícia, Celma ajudava aqueles que tinham direito ao benefício, levando-os aos cartórios e até mesmo custeando autenticações e cópias de documentos, além de acompanhar as pessoas aos postos do INSS para a solicitação dos benefícios.


Além disso, como integrante do grupo São Francisco, Celma se dedicou a distribuir cestas básicas e confeccionar enxovais de lã para bebês, que eram doados às mães necessitadas do bairro Manoel Honório e de regiões vizinhas. Seu trabalho voluntário se manteve firme até o ano de 2013, quando veio a falecer, no dia 18 de fevereiro.


Celma deixou um legado de generosidade com o bem-estar do próximo e dedicação à comunidade de Juiz de Fora. Por isso, no ano de 2015, o vereador Luiz Otávio Fernandes Coelho (Pardal), apresentou o Projeto de Lei no 25/2015. O PL resultou na Lei nº 13.141, que denomina uma rua no bairro Fontesville com o nome “Celma Moreira Silveira”. Infelizmente, o contato com o vereador não foi bem-sucedido.


Eunice Weaver e o combate à hanseníase


Eunice Weaver nasceu no dia 19 de setembro de 1904, em uma fazenda de café em São Manoel, São Paulo. Sua trajetória de vida foi marcada por um profundo compromisso com a assistência social e o combate à hanseníase, deixando um legado inestimável para a saúde pública no Brasil e na América Latina.


Em 1927, já residindo em São Paulo, casou-se com o norte-americano Charles Anderson Weaver. Pouco tempo depois, acompanhou seu marido em uma viagem acadêmica pela Universidade de Nova York, que percorreu 42 países. Durante esse período, Eunice teve a oportunidade de entrevistar Mahatma Gandhi e visitar diversos leprosários na África e na Ásia.


Ao retornar aos Estados Unidos, Eunice cursou Serviço Social na Universidade da Carolina do Norte, consolidando seu interesse pelo trabalho assistencial. No início da década de 1930, mudou-se para Juiz de Fora, onde Charles Weaver assumiu a direção do Colégio Granbery. Na mesma instituição, Eunice lecionou história e geografia até 1934, quando começou a se dedicar integralmente à assistência social aos leprosos.

Foto: Eunice Weaver (Reprodução:Portal AEW-PR).
Foto: Eunice Weaver (Reprodução:Portal AEW-PR).

Sensibilizada pelo estigma e sofrimento dos doentes, Eunice fundou e presidiu a Sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra de Juiz de Fora. A organização fornecia mantimentos aos internos do Leprosário Santa Isabel, em Belo Horizonte, e promovia campanhas para arrecadar donativos.


Hoje, em Juiz de Fora, a sociedade se tornou o Educandário Carlos Chagas e mantém a função de abrigar os hansenianos, além de atender, em regime de abrigo, portadores de deficiências, crianças e adolescentes em situação de risco social na comunidade. Conta com funcionários contratados e voluntários, cedidos através de convênios com a Prefeitura de Juiz de Fora.



Foto: Educandário Carlos Chagas, localizado na Rua Eunice Weaver, no Bairro Carlos Chagas (Reprodução: Instagram).
Foto: Educandário Carlos Chagas, localizado na Rua Eunice Weaver, no Bairro Carlos Chagas (Reprodução: Instagram).

Em 1935, assumiu a presidência da Federação das Sociedades de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra, cargo em que permaneceu por décadas. Sua gestão se destacou pelo apoio governamental e pela capacidade de mobilização de recursos privados para a causa. Sob sua liderança, a Federação tornou-se parte integrante da política governamental de combate à lepra, colaborando diretamente com o Plano de Combate à Lepra implementado por Gustavo Capanema durante a Era Vargas.


Pela relevância de sua atuação, Eunice Weaver recebeu inúmeros reconhecimentos. Em 1950, tornou-se a primeira mulher a receber a Ordem Nacional do Mérito, no grau de Comendador. Também foi a primeira pessoa na América do Sul a receber o prestigiado troféu Damien-Dutton. Além disso, publicou livros como "Vida de Florence Nightingale", "A Enfermeira" e "A História Maravilhosa da Vida", contribuindo para a disseminação do conhecimento sobre assistência social e saúde.


Sua atuação não se limitou ao Brasil. Eunice representou o país em diversos congressos internacionais sobre hanseníase e organizou serviços assistenciais em países como Paraguai, Cuba, México, Guatemala, Costa Rica e Venezuela. Em 1967, foi delegada brasileira no 12º Congresso Mundial da ONU.


Eunice Weaver também recebeu os títulos de "Cidadã Carioca" e "Cidadã Honorária de Juiz de Fora". Seu nome está presente em diversas instituições de assistência a hansenianos espalhadas pelo Brasil, perpetuando sua memória e legado. Além disso, foi homenageada com uma rua que leva seu nome, no Bairro Carlos Chagas.


Rua Helena Bittencourt a voz feminina no rádio e na política


Helena Bittencourt, conhecida carinhosamente como a mineirinha de voz de ouro, foi uma das figuras mais marcantes do rádio e da política em Juiz de Fora. Dona de uma voz inconfundível, protagonizou programas com seu próprio nome e se consolidou como líder absoluta de audiência nos horários em que era transmitida.


Nascida em Coimbra, Helena se mudou para Juiz de Fora e, em 1950, foi eleita Rainha do Centenário da Cidade e também a primeira Rainha do Carnaval, títulos que demonstravam seu carisma e influência na sociedade local. Sua trajetória no rádio a levou a atuar na TV Rio por um período, mas, em 1963, retornou a Juiz de Fora, onde ingressou na antiga Rádio PRB-3.

Foto: Helena Bittencourt  (Reprodução: Fórum da Cultura/Instagram).
Foto: Helena Bittencourt  (Reprodução: Fórum da Cultura/Instagram).

A aposentada, Angélica Paschoalim, se recorda do programa “Bom Dia Madame” de Helena na rádio PRB-3: “Lembro de ouvir o programa dela de manhã, tocava uma música clássica muito bonita na abertura, Saint Preux, se não me engano. Ela tinha uma audiência muito grande”. Segundo Angélica, a voz marcante e a desenvoltura da radialista era o que tornavam seu programa tão popular.


Além do sucesso no rádio, Helena também se destacou na política. Eleita vereadora pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), cumpriu seu mandato entre 1973 e 1976, sendo a segunda mulher a ocupar uma cadeira no Palácio Barbosa Lima, sede da Câmara Municipal de Juiz de Fora. Durante sua trajetória pública, também assumiu a Secretaria de Cultura do município, reforçando sua influência na cena cultural e política local.


Seu legado foi reconhecido pelo Legislativo, quando um Projeto de Resolução do vereador André Mariano (PMDB) propôs dar seu nome à Rádio Câmara. A homenagem foi aprovada por unanimidade durante reunião plenária, refletindo o respeito e admiração que Helena Bittencourt conquistou ao longo de sua vida.

Foto: Helena Bittencourt  (Reprodução: Blog Maria Resguardo).
Foto: Helena Bittencourt  (Reprodução: Blog Maria Resguardo).

Com sua presença marcante no rádio e na política, Helena Bittencourt se tornou um nome inesquecível na história de Juiz de Fora, deixando um exemplo de dedicação à comunicação e ao serviço público. Em sua homenagem, em Juiz de Fora, uma rua no Bairro Carlos Chagas, na Região Centro-Oeste, leva seu nome.


Rua Anita Garibaldi e a luta por duas nações


Nascida no dia 30 de agosto de 1821 em Laguna, no estado de Santa Catarina, Ana Maria de Jesus Ribeiro é uma das figuras femininas mais emblemáticas da história brasileira. Ela teve uma vida marcada por coragem e um espírito revolucionário que a transformou em um ícone da luta pela liberdade.


A terceira de um total de 10 filhos, Anita e uma irmã eram as responsáveis por cuidar do lar e dos irmãos quando os seus pais saíam para trabalhar.  Aos 18 anos, casou-se com Giuseppe Garibaldi, um revolucionário italiano que, ao seu lado,  lutou por ideais de liberdade e unificação de sua pátria. 

Foto: Reprodução/Portal Pepper.
Foto: Reprodução/Portal Pepper.

Antes de sua viagem para a Itália, para acompanhar seu marido na luta por uma Itália unificada, Anita já havia se tornado uma heroína na Guerra dos Farrapos, uma das maiores revoltas do Brasil, que lutava por uma maior autonomia para o Rio Grande do Sul.


Anita Garibaldi é lembrada por sua participação ativa na Revolução Farroupilha, na qual se envolveu nos combates. Ela, ainda que jovem, assumiu um papel de destaque durante a luta. Durante os conflitos, Anita era lembrada por sua bravura e coragem. Seu envolvimento foi tão intenso que, em algumas batalhas, ela assumiu a liderança de tropas. No entanto, após a derrota dos farroupilhas, Anita teve de se exilar com Garibaldi.




Mesmo longe de sua pátria, Anita não deixou de lutar, ao lado de seu marido, ela lutava pela unificação da Itália. Ela não se limitou ao apoio, novamente participou dos conflitos. Anita se destacou, novamente, por sua bravura, tornando-se uma das figuras mais admiradas por suas contribuições ao movimento.


Falecida em 4 de agosto de 1849, aos 27 anos, sua morte, embora prematura, não apagou seu legado. O legado de Anita Garibaldi vai além das fronteiras do Brasil e da Itália, por suas ações revolucionárias, ficou conhecida como “a heroína de dois mundos”. Símbolo de coragem, resistência e de liberdade. Seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, através da Lei 12.615 de 30 de abril de 2012. Em sua homenagem, em Juiz de Fora, uma rua no bairro São Dimas, na Região Centro-Oeste da cidade, leva seu nome.


Essas seis mulheres representam uma pequena parcela das 65 homenageadas na região Centro-Oeste de Juiz de Fora. Seus nomes eternizados em ruas e travessas são mais do que apenas endereços: são símbolos de memória e reconhecimento da contribuição feminina para a história da cidade e do país. Seja na luta por liberdade, na política, na educação, na assistência social ou na comunicação, Anita Garibaldi, Celma Moreira Silveira, Eunice Weaver, Helena Bittencourt, Hyrtes Felga e Verônica Lucy Coutinho Lage deixaram um legado que merece ser lembrado.


Acesse o mapa para navegar pelas ruas da região centro-oeste.
Acesse o mapa para navegar pelas ruas da região centro-oeste.




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​Disciplina de Jornalismo Digital 2024.3
Faculdade de Comunicação, Universidade Federal de Juiz de Fora  - MG

Desenvolvimento: Alice Lannes e Marcos Vinícius

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